Apesar de ser uma condição bastante comum de ser encontrada entre as pessoas, nem todo mundo entende o que é hiperidrose. Mesmo sendo pouco conhecida, existem muitos indivíduos que apresentam essa condição. Muitos nem sequer sabem da existência dessa patologia.

A palavra pode até insinuar que se trata de algo muito grave. No entanto, ela é caracterizada pela transpiração excessiva que causa a produção exagerada de suor, que vai muito além do índice necessário para manter a temperatura corporal.

Ficou interessado no assunto? Este artigo vai explicar o que é hiperidrose, suas causas, sintomas e possíveis tratamentos. Acompanhe!

Entenda o que é hiperidrose

A hiperidrose consiste em uma condição cuja principal característica é a produção excessiva de suor pelas glândulas sudoríparas, em várias partes do corpo. Esse estado clínico vai além do normal e acaba por prejudicar a qualidade de vida do indivíduo, causando constrangimentos e vergonha.

De fato, transpirar é uma função orgânica fundamental para que o corpo consiga executar as suas atividades e possa regular e manter a temperatura corporal estabilizada. Isso ocorre principalmente em ambientes quentes e quando se pratica atividades físicas. Contudo, muitas pessoas apresentam o suor excessivo mesmo quando estão em repouso. Inclusive, a hiperidrose é uma patologia crônica que está listada sob o código R61.0 no índice CID-10 — tabela de Classificação Internacional de Doenças.

A hiperidrose pode ser dividida em duas modalidades principais:

  • hiperidrose primária: a sua causa não advém de fatores internos nem externos. Na verdade, ela costuma ter origem emocional;
  • hiperidrose secundária: é desencadeada por meio de alguma doença interna ou pelo uso de medicamentos.

Conheça os sintomas da hiperidrose

A hiperidrose tem como principal sintoma o suor em excesso em diversas partes do corpo — rosto, axilas, palma das mãos, pés, seios etc. Além disso, alguns pacientes sentem calor exagerado por todo o corpo, devido ao aumento da temperatura corporal.

Descubra as principais causas

As causas da hiperidrose produzem hiperatividade nas glândulas sudoríparas e estimulam a exagerada produção de suor. A transpiração exacerbada pode ocorrer devido a distúrbios hormonais, ingestão de alimentos picantes e cafeína e a permanência em ambientes quentes.

Confira, a seguir, as principais razões que estão relacionadas com essa doença.

Genética

Um estudo concluiu que aproximadamente 50% dos casos de hiperidrose têm histórico familiar. Isso significa que a patologia é hereditária em quase metade dos pacientes que são acometidos por essa condição. Alguns pesquisadores, inclusive, já fizeram o mapeamento do gene que é responsável por desencadear essa doença.

Menopausa

Mulheres que passam pela menopausa também podem sofrer de hiperidrose secundária. A justificativa científica é a de que nesse período o útero passa a produzir menos estrogênio, um hormônio feminino que tem a função de estabilizar a temperatura corporal — o que acaba causando impacto na quantidade de suor.

Transtornos de ansiedade

A ansiedade afeta o hipotálamo, região cerebral responsável por controlar as glândulas sudoríparas. Transtornos e crises de ansiedade interferem no estímulo que é transmitido e são responsáveis por desregular as glândulas, o que causa os quadros de hiperidrose.

Problemas cardíacos

As doenças do coração desequilibram o sistema cardiorrespiratório e causam sobrecarga no sistema nervoso simpático, que reage de forma intensa — e causa a hiperidrose.

Hipoglicemia

A baixa quantidade de açúcar no sangue estimula as glândulas suprarrenais a sintetizarem o hormônio adrenalina, que, por sua vez, regula a pressão arterial, mas também causa sintomas de hiperidrose.

Obesidade

A gordura exagerada no corpo forma uma espessa camada que serve como isolante térmico, protegendo o corpo e retendo o calor. Esse sistema termorregulador faz com que pessoas com sobrepeso e obesas produzam mais suor.

Doenças do sistema nervoso

Alterações no sistema nervoso simpático podem desregular os estímulos cerebrais e são capazes de atiçar as glândulas sudoríparas a produzirem o suor, causando a hiperidrose secundária.

Confira algumas síndromes que podem causar hiperidrose:

  • alzheimer;
  • parkinson;
  • esclerose múltipla;
  • epilepsia;
  • acidente vascular cerebral (AVC).

Tratamentos para a hiperidrose

De maneira geral, a hiperidrose não é considerada uma condição grave. Na maioria das vezes, ela pode ser tratada por meio de procedimentos tópicos simples. Os tratamentos indicados para reduzir os sintomas variam conforme o tipo e o grau da doença.

Uso de antitranspirante

O antitranspirante é indicado para casos leves de hiperidrose. Esse produto consegue impedir e bloquear os dutos de suor, diminuindo a sudorese (transpiração em excesso).

Simpatectomia

A Simpatectomia consiste na realização de uma pequena cirurgia pouco invasiva. Durante o procedimento, o cirurgião faz um pequeno corte ou pinçamento no nervo que é responsável por transmitir os sinais cerebrais para a produção de suor nas glândulas sudoríparas. Desse modo, há um menor estímulo no processo de síntese do suor. Contudo, esse tratamento pode ocasionar mais suor em outras regiões do corpo — esse é um efeito colateral possível de acontecer.

Aplicação de toxina botulínica

O botox tem a função de reduzir a ação dos nervos responsáveis por estimular as glândulas sudoríparas a produzirem o suor excesso. Essa substância pode ser aplicada em várias regiões do corpo, como testa, axilas, mãos e pés. Trata-se de um tratamento estético paliativo, pois apenas diminui temporariamente o quadro de hiperidrose. Geralmente, os efeitos duram em torno de 6 a 10 meses.

Ionoforese

Essa técnica consiste na introdução de substâncias eletrolíticas (íons) em uma corrente contínua (corrente galvânica) por meio de eletrodos. Essa corrente atua como um meio de transporte de agentes terapêuticos pelas regiões que apresentam o suor excessivo — diminuindo, assim, a transpiração.

Uso de medicamentos

A ingestão de remédios ajuda a controlar o sistema nervoso simpático. Dessa forma, há uma redução na síntese de secreções por todo o organismo — não somente o suor, mas também lágrimas, urina e saliva, por exemplo. A ciência também defende o tratamento da hiperidrose por meio do uso de medicamentos anticolinérgicos, produzidos a partir de plantas e substâncias sintéticas. Contudo, ele causa vários efeitos colaterais, como pouca visão noturna, boca seca, tontura e náuseas.

Entender o que é hiperidrose é o primeiro passo para identificar os sintomas e partir para o tratamento. De toda forma, o ideal é buscar o auxílio de um médico especializado que poderá tirar todas as suas dúvidas e fazer o diagnóstico exato.

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